sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Helena, filha...

O vestido era azul, azul clarinho, aquele azul... Como chamam mesmo? Azul bebê. Seu cabelo, tão pretinho, lindo, solto, algumas mechas desobedientes caindo aos ombros... e ela sorria, linda. Helena estava linda. E aquele sorriso... Não há no mundo uma só alma que não se encante pelo sorriso dela. Fiquei algum tempo a admirando. Como cresceu a minha menina; a minha Lena, minha Lê, minha Leninha já é maior que eu - maior que a mãe. Já não conto mais histórias para dormir e há alguns anos que já não grito da varanda: ''Helena, filha, sai dai...", "Lê, deixa os cavalos pastarem em paz...'' - Helena ama os cavalos. Acho que nisso ela puxou à mãe, puxou a mim. Íamos quase toda manhã soltar os cavalos no campo, dar cenoura a eles e escová-los... e quando voltava da escola, à tarde, ia galopar. Sinto saudade da minha menina, sinto saudade de ter que separar as ervilhas no prato, saudade de quando nadou sem boias no laguinho pela primeira vez... Saudade.
Hoje, Helena trocou as sapatilhas pelo salto alto, as bonecas pela maquiagem... Helena é grande. Helena é moça. Helena é mulher.

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