sexta-feira, 29 de junho de 2012

Diálogo interrompido

- Queria te dizer, que isso tudo é muito novo pra mim. Nunca me senti assim antes....
- Chega dessa bobagem, menina, do que você está falando?
- Nada, era sobre o tempo.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Cartas, dedicatórias....

Se percebe o quanto dói escrever, depois que se dedica um texto a alguém. Dedicar alguma coisa, qualquer coisa, é ato que implica grande responsabilidade. Responsabilidade no sentido de que aquilo, dali a algum tempo, ou pouquíssimo tempo pode te trazer uma tristeza danada. Na verdade, as dedicatórias todas têm um pingo de tristeza. Fazê-las não é tão simples: exige concentração do escritor que se exige na delicadeza ao expor os sentimentos. Digo que dói, pois a lembrança que se tem torna-se uma lembrança também escrita.

 E, de repente, a gente lembra das coisas que escreveu e estremece com cada expressão utilizada - estremece com a verdade e a sinceridade das palavras. Sempre achei que palavras escritas eram mais bonitas que palavras ditas, e continuo achando. O fato das dedicatórias ''machucarem'' não muda meu sentimento por elas, pelo contrário. O fato de chorar escrevendo algo, ou até mesmo lendo é a coisa mais pura, mais bonita que pode acontecer. Queria muito que alguém um dia chorasse por algo que escrevi. Chorasse por achar muito bonito, ou porque aquele texto remete alguma coisa, traz lembranças de seu passado... Ou até mesmo chorar lembrando do momento em que aquilo lhe foi dado. Chorar pela lembrança, chorar querendo que o tempo retorne.

E se percebe, sobretudo, essa dor quando se toma a infeliz decisão de datar as coisas. "Sim, o mais triste das dedicatórias são as datas." já escreveu Mário Quintana, certa vez, ao sentir essa mesma dor que só compartilha quem escreve. Às vezes me pego lembrando de coisas que fiz, que já escrevi, e lembro dos momentos, do fato que me fez escrever, as inspirações que tive, muitas vezes tristes de um futuro incerto ou de uma saudade antecipada e isso é o que mais entristece: a lembrança, as datas. Assim como a saudade pode ser o mal de quem ama, as datas são o "mal'' de quem escreve.

sábado, 16 de junho de 2012

Lembrete

Não esquece do remédio;
Não esquece a porta da geladeira aberta;
Não esquece do outro remédio;
Me liga quando sair (pra eu saber se tu está bem);
Não esquece que te amo.

Ass.: eu.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

tão(só)mente

Tão somente eu
Tão somente meu
Tão somente teu
Tão somente nosso
Tão somente...
Tão somente, gente
Tão somente só
Tão somente que dá dó
Tão somente mente
Tão somente isso
Tão somente aquilo
Tão somente nós
Chega de somente
Chega de mente
Chega de tão
Tão somente chega.

(algo que saiu do nada da minha cabeça)

sábado, 9 de junho de 2012

Antes...

Como se antes as palavras não valessem;
O corpo não sentisse nada;
Os olhos também, já não enxergassem nada,
Só a pureza das coisas.

Como se antes não existisse o mal.
Os dedos já não congelassem,
As bocas já não se tocassem,
E o arrepio já não atingisse o corpo inteiro.

Como se antes tudo fosse um sonho.
Como se antes o vento fosse só o vento,
A chama fosse só a chama
E o amor não existisse.

Silêncios

Há silêncios que aborrecem.
Há silêncios que confortam.
Há silêncios barulhentos, que incomodam.
Há o silêncio esperado,
O desesperado,
E aquele silêncio irritante
Que surge quando se quer o barulho.

Há silêncios falantes
E os que simplesmente escutam.
Há silêncios mal recebidos,
Mal interpretados,
Desconfortantes,
Não compreendidos.

Há palavras substituídas por silêncio.
Há gestos substituídos por silêncio.
Há silêncio no lugar de tantos...

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Que se possa sonhar, isso é que conta. CFA


Sonhar faz com que a gente se apegue mais às pessoas. Pelo menos no meu caso. O sonho é uma coisa tão louca, tão diferente de qualquer coisa. É tão bonito. O sonho, digo também o ato de sonhar, é uma coisa bonita. É a surrealidade se mostrando de uma maneira completamente mágica. O sonho é a coisa mais bonita pertencente ao ser humano. E se torna mais bonito, sobretudo porque é algo involuntário, simplesmente acontece, sem se querer ou deixar de querer.
Independente de o sonho ser algo bom ou ruim, parece que ele nos leva mais pra perto da pessoa com quem sonhamos. No dia seguinte, acordo querendo saber da pessoa, como ela está, e até com quem sonhou, pois vá que exista mesmo alguma ligação entre os sonhos e esse mundo que desconhecemos, esse mundo surreal, de outra dimensão e tenhamos verdadeiramente nos encontrado. Acredito muito nisso. Acredito muito nos sonhos.
Não me canso de dizer que o sonho é algo belo, pois é a prova de que mesmo quando se está dormindo nossa cabeça trabalha sem parar, nossos pensamentos estão a mil, e muitas vezes tudo que aconteceu em nosso dia se reflete ali de alguma maneira ou de outra. Nossos pensamentos se concretizam nos sonhos. Nossos desejos e vontades se tornam uma verdade durante os sonhos. Mas talvez seja chato viver apenas no mundo dos sonhos...

sexta-feira, 1 de junho de 2012

V

Agora ela seria feliz. Agora seria amada, depois amaria.
Agora o tempo a ajudaria, agora seria paciente.
Agora apenas deixaria as coisas correrem normalmente, ou caminharem.
Mas agora era assim: deixaria.
Deixaria que o tempo a levasse e a transformasse.
As coisas mudariam, a vida seguiria, as flores brotariam, o vento bateria à sua janela e ela não reclamaria - pois agora também ela é tempo.